Maçonaria

Desde de 2006 nossa loja pratica o Rito Brasileiro e tem foco especial nos estudos filosóficos e na benemerência.

O candidato a ingressar deve ter seus valores, costumes, atitudes e comportamentos alinhados com a ordem.

Tenho o sincero desejo de ingressar

Se você tem o desejo sincero de ingressar na ordem maçônica regular e reconhecida, assista ao vídeo, reflita bastante, e persistindo o desejo, leia todo o texto com atenção e preencha o formulário de manifestação de interesse.

Antes de mais nada, o postulante ao ingresso nos quadros da Ordem Maçônica, deve autoavaliar-se em busca de valores, costumes, atitudes (interiores), e comportamentos sociais exteriorizados, cotejando-os com algumas premissas a seguir apresentadas.

Requisitos legais

  • ser emancipado e ter completado 18 anos antes da cerimônia de Iniciação;
  • se dependente pecuniariamente, obter anuência dos tutores ou genitores;
  • se engajado em união estável, contar com a concordância da esposa;
  • ser um homem íntegro, ligado e atualizado em relação ao seu tempo;
  • ser empreendedor e capaz de assumir responsabilidades;
  • ter trabalho/emprego, residência e domicílio fixos, no Oriente (estado, município) pleiteado; suas atividades profissionais devem ser lícitas, não importando o metier;
  • esperar encontrar na Loja pleiteada, homens livres, de bons costumes, capazes de realizar obras poderosas em benefício da Humanidade, da Pátria e da Família;

Requisitos doutrinários

  • ter religiosidade, melhor do que religião;
  • crer em Deus, acima de tudo;
  • ter uma ideia clara da virtude e do vício, adotando àquela e rejeitando este;
  • estar apto a apreender conhecimentos litúrgicos e filosóficos;
  • distinguir entre religião e maçonaria;
  • respeitar a iniciação, não só pelas características esotéricas e metafísicas do evento, como pelo significado simbólico trazido pelas nossas tradições e regularidade;

Requisitos práticos

  • apresentar bons costumes;
  • ter boa família;
  • seguir as leis;

Requisitos Metafísico

  • ser receptivo às ideias;

  • estar ideologicamente alinhado com a ideia de Deus;

Requisitos da tradição

  • estar apto; ou pronto, disposto e capacitado, “sponte SUA”;

Requisitos Iniciático

  • creditar respeito ao processo;

  • manter o espírito receptivo.

O que é a maçonaria?

A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista.

É filosófica porque em seus atos e cerimônias ela trata da essência, propriedades e efeitos das causas naturais. Investiga as leis da natureza e relaciona as primeiras bases da moral e da ética pura.

É filantrópica porque não está constituída para obter lucro pessoal de nenhuma classe, senão, pelo contrário, suas arrecadações e seus recursos se destinam ao bem-estar do gênero humano, sem distinção de nacionalidade, sexo, religião ou raça.

Procura conseguir a felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranquilidade da consciência.

É progressista porque partindo do princípio da imortalidade e da crença em um princípio criador regular e infinito, não se aferra a dogmas, prevenções ou superstições.

E não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem reconhece outro limite nessa busca senão o da razão com base na ciência.

A liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos, sejam eles instituições, raças, nações; a igualdade de direitos e obrigações dos seres e grupos sem distinguir a religião, a raça ou nacionalidade; a fraternidade de todos os homens, já que somos todos filhos do mesmo CRIADOR e, portanto, humanos e como consequência, a fraternidade entre todas as nações.

Ciência – Justiça – Trabalho: Ciência, para esclarecer os espíritos e elevá-los; Justiça, para equilibrar e enaltecer as relações humanas; e Trabalho por meio do qual os homens se dignificam e se tornam independentes economicamente.

Em uma palavra, a Maçonaria trabalha para o melhoramento intelectual, moral e social da humanidade.

Seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes.

Moral é para a Maçonaria uma ciência com base no entendimento humano. É a lei natural e universal que rege todos os seres racionais e livres. 

 

É a demonstração científica da consciência. E essa maravilhosa ciência nos ensina nossos deveres e a razão do uso dos nossos direitos. Ao penetrar a moral no mais profundo da nossa alma sentimos o triunfo da verdade e da justiça.

A Maçonaria entende que virtude é a força de fazer o bem em seu mais amplo sentido; é o cumprimento de nossos deveres para com a sociedade e para com a nossa família sem interesse pessoal. 

Em resumo: a virtude não retrocede nem ante o sacrifício e nem mesmo ante a morte, quando se trata do cumprimento do dever.

A Maçonaria entende por dever o respeito e os direitos dos indivíduos e da sociedade.

Porém não basta respeitar a propriedade apenas, mas, também, devemos proteger e servir aos nossos semelhantes. 

A Maçonaria resume o dever do homem assim: “Respeito a Deus, amor ao próximo e dedicação à família”. Em verdade, essa é a maior síntese da fraternidade universal.

Sim, é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito, porque é uma entidade espiritualista em contraposição ao predomínio do materialismo. 

Estes fatores, que são essenciais e indispensáveis para a interpretação verdadeiramente religiosa e lógica do UNIVERSO, formam a base de sustentação e as grandes diretrizes de toda ideologia e atividade maçônica.

Não. A Maçonaria não é uma religião. É uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si. União recíproca, no sentido mais amplo e elevado do termo. E nesse seu esforço de união dos homens, admite em seu seio pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma distinção.

Não, porque a Maçonaria abriga em seu seio homens de qualquer religião, desde que acreditem em um só Criador, que é Deus. 

 

Geralmente existe essa crença entre os católicos, mas ilustres prelados tem pertencido à Ordem Maçônica; entre outros, o Cura Hidalgo, Paladino da Liberdade Mexicana; o Padre Calvo, fundador da Maçonaria na América Central; o Arcebispo da Venezuela, Don Ramon Ignácio Mendez; Padre Diogo Antonio Feijó; Cônegos Luiz Vieira, José da Silva de Oliveira Rolin, da Inconfidência Mineira, Frei Miguelino, Frei Caneca e muitos outros.

Filósofos como Voltaire, Goethe e Lessing; Músicos como Beethoven, Haydn e Mozart; Militares como Frederico o Grande, Napoleão e Garibaldi; Poetas como Byron, Lamartine e Hugo; Escritores como Castellar, Mazzini e Espling.

Não. Também na América existiram. 

 

Os libertadores da América foram todos maçons. Washington nos Estados Unidos; Miranda, o Padre da Liberdade sul-americana; San Martin e O’Higgins, na Argentina; Bolivar, no Norte da América do Sul; Marti, em Cuba; Benito Juarez, no México e o Imperador Dom Pedro I no Brasil.

D. Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Lêdo, Luis Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz, Rui Barbosa e muitos outros.

A Maçonaria é eminentemente tolerante e exige dos seus membros a mais ampla tolerância. Respeita as opiniões políticas e crenças religiosas de todos os homens, reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente respeitáveis e rechaça toda pretensão de outorgar situações de privilégio a qualquer uma delas em particular.

A ignorância, a superstição, o fanatismo, o orgulho, a intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios.

Não, pela simples razão de que sua existência é amplamente conhecida. As autoridades de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Seus fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de história etc. 

 

O único segredo que existe e não se conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si, em qualquer parte do mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os ensinamentos neles contidos.

A Independência, a Abolição e a República. Isto para citar somente os três maiores feitos da nossa história, em que os maçons tomaram parte ativa.

Crer na existência de um princípio Criador; ser homem livre e de bons costumes; ser consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e consigo mesmo; ter uma profissão ou ofício lícito e honrado que lhe permita prover suas necessidades pessoais e de sua família e a sustentação das obras da Instituição.

Em princípio, tudo aquilo que se exige ao ingresso em qualquer outra instituição: respeito aos seus estatutos, regulamentos e acatamento às resoluções da maioria, tomadas de acordo com os princípios que as regem; amor à Pátria; respeito aos governos legalmente constituídos; acatamento às leis do país em que viva etc. 

E em particular: a guarda do sigilo dos rituais maçônicos; conduta correta e digna dentro e fora da Maçonaria; a dedicação de parte do seu tempo para assistir às reuniões maçônicas; a prática da moral, da igualdade e da solidariedade humana e da justiça em toda a sua plenitude. 

Ademais, se proíbe terminantemente dentro da instituição, as discussões políticas e religiosas, porque prefere uma ampla base de entendimento entre os homens a fim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil.

É um lugar onde se reúnem os maçons periodicamente para praticar as cerimônias ritualísticas que lhes são permitidas, em um ambiente fraternal e propício para concentrar sua atenção e esforços para melhorar seu caráter, sua vida espiritual e desenvolver seu sentimento de responsabilidade, fazendo-lhes meditar tranquilamente sobre a missão do homem na vida, recordando-lhes constantemente os valores eternos cujo cultivo lhes possibilitará acercar-se da verdade.

A possibilidade de aperfeiçoar-se, de instruir-se, de disciplinar-se, de conviver com pessoas que, por suas palavras, por suas obras, podem constituir-se em exemplos; encontrar afetos fraternais em qualquer lugar em que se esteja dentro ou fora do país. 

 

Finalmente, a enorme satisfação de haver contribuído, mesmo em pequena parcela, para a obra moral e grandiosa levada a efeito pelos homens. 

 

A Maçonaria não considera possível o progresso senão na base de respeito à personalidade, à justiça social e a mais estreita solidariedade entre os homens. 

 

Ostenta o seu lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” com a abstenção das bandeiras políticas e religiosas. 

 

O segredo maçônico, que de má fé e caluniosamente tem se servido os seus inimigos para fazê-la suspeita entre os espíritos cândidos ou em decadência, não é um dogma senão um procedimento, uma garantia, uma defesa necessária e legítima, porém como inevitavelmente tem sucedido com todo direito é seu dever correlativo, o preceito das reservas maçônicas já tem experimentado sua evolução nos tempos e segundo os países. 

 

A Maçonaria não tem preconceito de poderes, e nem admite em seu seio, pessoas que não tenham um mínimo de cultura que lhes permitam praticar os seus sentimentos e tenham uma profissão ou renda com que possam atender às necessidades dos seus familiares, fazer face às despesas da sociedade e socorros aos necessitados.

A história da maçonaria

Fundamentos

O conceito de religião natural, como base espiritual da Ordem, alinha-se com a obrigação de cumprir a lei moral e de trazer religiosidade no peito. Essa ideologia exposta encontra respaldo no Noaquismo donde emanam inúmeros preceitos, princípios, procedimentos, premissas e proposições que permeiam os aspectos doutrinários.

Noé, último dos patriarcas pré-históricos, exemplo de fé (Hebreus 11:7), arauto da justiça (2 Pedro 2:5), representante de toda a Humanidade pela vontade de Deus, homem justo e perfeito (Gênesis 6:9), aquele a quem Deus disse “quem derramar o sangue de seu semelhante também terá o seu sangue derramado (Gênesis 9:6)”, enfim, foi protagonista da Primeira Aliança com Deus, conforme retratado nos capítulos 6 (seis) e 9 (nove) do Gênesis, abrangendo toda a Criação e as futuras gerações, deixou legado de artigos (mandamentos noaquitas) morais, a saber:

  • a) praticar a equidade (e observar a justiça);
  • b) não blasfemar o nome de Deus (e dar glória ao Criador);
  • c) não praticar a idolatria;
  • d) não praticar atos imorais ou inescrupulosos;
  • e) não matar;
  • f) não roubar; e
  • g) guardar-se da fornicação, dos atos impuros e da iniquidade.

A formação mítica basilar da Ordem (calcada na Lenda do Terceiro Grau), parte da premissa de que o arquétipo do Mestre Maçom, construtor social na abordagem atual, é paradigma de arquitetura humana perfeita e vem representado, de um lado, por Salomão e seu grande Arquiteto, do templo de Jerusalém, e, de outro lado, por Vitrúvio (Marcos V. Polião, inexcedível arquiteto romano), comandado do Imperador Augusto, em Roma. Tal afirmação visa a propiciar a permanência, em tempo e espaço, dos elementos cuja existência tem garantido o processo civilizatório, como se seguem:

– um grande homem – o Maçom – falível mas perfectível;

– uma estrutura singular – a Loja – com decisivo corte sagrado/profano via o Rito, ênfase na ajuda mútua e submissão serena à constituição e regimentos comuns;

– uma elite sustentada pelo mito – a Maçonaria – capaz de ações enaltecedoras, movida que é pelo Amor, o Bem e a Ética.

Loja

William Shaw, nomeado mestre-de-obras do rei da Escócia, em 1553, controlava a contratação de pedreiros e construtores. Em 1598, quatro anos antes de morrer (1602), codificou as regras de criação de lojas corporativas (a primeira carta de St. Clair; para maçons). Após sua morte declinou e “morreu”, também, a função de mestre-de-obras-do-rei.

As lojas, maciçamente voltadas para a recepção de Aprendizes e aumento de salários (para Companheiros), passaram a evoluir autonomamente. O uso do termo “maçom” consolidou-se por volta de 1610, associado ao modo secreto de identificação que comprovava a qualificação profissional do obreiro.

Por volta de 1630 começa a crescer bem o número de “aceitos”, geralmente vindos das classes burguesa ou nobres, em lojas, oriundos de fora do “métier” corporativo dos talhadores de pedra.

A presença desses “aceitos” em loja só pode ser explicada por hipóteses, quais sejam:

  • interesse pela tradição, supostamente preservada pelos maçons;
  • busca de espaço de convívio e sociabilidade;
  • ligação profissional com a corporação de construtores; ou
  • iniciativa de maçons para atrair patrocínio de homens influentes.

Nas origens, tal como hoje, os “aceitos” dotados de poder, influência e ou autoridade não frequentavam as lojas; aqueles dentre eles que se permitiam frequentar, dominavam a “vida” da loja.

 

Isaac Newton (1642-1727), astrônomo, físico, filósofo e abade inglês, considerou o Noaquismo a religião primitiva dos hebreus, e, assim o resumiu: “Amar ao Senhor Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o espírito, e ao próximo como a si mesmo”.

Modernidade

Vale destacar que a simples transição, geralmente divulgada, da chamada Maçonaria Operativa, via “pedreiros-livres”, para a Maçonaria Especulativa, nunca conseguiu explicar de forma justa e perfeita o porquê da Ordem Maçônica ser linguagem universal, regular, prazerosa, emblemática, planetariamente bem resolvida e assimilada, repositório imemorial dos mistérios e da Tradição.

As Lojas dos séculos XVII e XVIII participaram da gênese de uma “esfera pública burguesa” como contrapartida da perda gradual de posição dominante, tanto das Cortes quanto da Igreja. Poucos, muito poucos documentos existentes sobre a Inglaterra do século XVII não permitem representar precisamente a organização da profissão do maçom; havia, sim, certa heterogeneidade de práticas diferentes.

Em 1717/1720, situado caracteristicamente na Inglaterra, surge um grupo de pertença maçônica, de sociabilidade, com quatro elementos típicos principais, a saber:

1– reivindicação da religião natural como base espiritual;

2– inserção do grupo em contexto tradicional, vinculado ao trabalho do artesão e construtor civil;

3– prática de Rito elaborado; e

4– cooptação dos membros via obrigação de sigilo, principalmente quanto às reuniões.

No dia 24 de junho de 1717, dia de São João, ocorreu a Fundação da Grande Loja de Londres.

As quatro Lojas existentes em Londres que fundaram a Grande Loja de Londres foram:

  • Loja da “Cervejaria do Ganso e da Grelha”;
  • Loja da “Cervejaria da Coroa”;
  • Loja da “Taberna da Macieira”; e
  • Loja da “Taberna do Copázio e do Bago de Uva”.

Como Grão-Mestre foi eleito o Irmão Antonio Sayer. A Grande Loja de Londres adotou o Rito dos Antigos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra. Em 1723 foram publicadas “As Constituições” de Anderson, e nela continha os Regulamentos Gerais de 1721, de Jorge Payne.

Entre 1670 e 1730, nos clubes, cafés, salões, academias científicas, sociedades de intelectuais e, nas Lojas, aristocratas e burgueses encontraram-se para “construir juntos” um uso público do seu entendimento convergente. Esses espaços propiciavam a realização da aspiração “do debate permanente entre pessoas privadas”.

Três princípios presidiam à afiliação dos participantes:

  1. a exigência – ainda que não se concretizar – de uma sociedade onde a autoridade dos argumentos prevalecesse sobre a hierarquia social (embora não anulasse as autoridades presentes);

  2. o debate amplo sobre domínios e dominações, dominantes e dominados, notadamente obras literárias e filosóficas, nunca antes acessíveis;

  3. A consciência de pertencer a um território mais amplo, a própria “sociedade civil”, ainda que a sociabilidade da Loja tenha natureza de “círculo fechado”, mas socialmente homogênea.

A maçonaria moderna, que apresenta déficit de textos precisos relacionados às origens, surgiu antes do Reino Unido; em 1707 houve o tratado da união entre Escócia e Inglaterra; o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda nasceu em 1808. A última quadra do século XX viu emergir, com certa força e vigor, a pesquisa sobre o fato e o trato maçônico, o que vem trazendo luz sobre seus parâmetros sociológicos e dados constitutivos.

Hoje, com o concurso de investigadores acadêmicos, nem sempre maçons, mas atores fiéis aos fatos históricos e sociológicos, admite-se que a Ordem Maçônica atingiu o estágio atual ao evoluir a partir de três transições principais, ditadas pela vontade do GADU, a saber:

  1. a) da situação “Operativa”, acostada nas Associações de artífices e profissionais da construção e do talhe da pedra, para uma natureza mais “Especulativa”, de forma lenta e gradual, em vários séculos, capaz de avaliar a conjuntura da sociedade e delinear seus rumos ideológicos;
  1. b) a criação da Grande Loja de Londres – a “Premier” – que foi acompanhada por profundas mudanças de simbolismos, rituais, cargos e encargos, e mais simultânea e profundamente, ainda, no “éthos”  de cada indivíduo, robustecendo o sentimento de pertença em relação ao caráter e ao protagonismo, individual ou coletivo, a cumprir, bem como o “éthos” da instituição, que  reforçou ontológica e antropologicamente a atuação da Ordem no contexto da Família, da Pátria, da Sociedade e da Humanidade, tecendo, assim, em pleno Humanismo e Iluminismo, do século das Luzes (sec. XVIII), rumos institucionais e filosóficos;
  1. c) após algumas rebeliões e rompimentos a terceira transição ocorreu sob forte reconciliação entre contendores radicais, em 1813, e a criação da Loja-Mãe Unida da Inglaterra, consolidando, afinal, caminho iniciático, litúrgico e simbólico.
  1. d) Cumpre assinalar, afinal, sobre as origens da Ordem, em que pese o cenário multifacetado e, ainda, pouco preciso dos textos históricos, que os estudos são sempre enaltecedores e repletos de dignidade humana, jamais tangidos por fundamentalismo, sentimentos ou intenções menores, ou, que signifique menoscabo em relação à Criação, à Criatura e ao seu Criador.

1– reivindicação da religião natural como base espiritual;

2– inserção do grupo em contexto tradicional, vinculado ao trabalho do artesão e construtor civil;

3– prática de Rito elaborado; e

4– cooptação dos membros via obrigação de sigilo, principalmente quanto às reuniões.

No dia 24 de junho de 1717, dia de São João, ocorreu a Fundação da Grande Loja de Londres.

As quatro Lojas existentes em Londres que fundaram a Grande Loja de Londres foram:

  • Loja da “Cervejaria do Ganso e da Grelha”;
  • Loja da “Cervejaria da Coroa”;
  • Loja da “Taberna da Macieira”; e
  • Loja da “Taberna do Copázio e do Bago de Uva”.

Como Grão-Mestre foi eleito o Irmão Antonio Sayer. A Grande Loja de Londres adotou o Rito dos Antigos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra. Em 1723 foram publicadas “As Constituições” de Anderson, e nela continha os Regulamentos Gerais de 1721, de Jorge Payne.

Entre 1670 e 1730, nos clubes, cafés, salões, academias científicas, sociedades de intelectuais e, nas Lojas, aristocratas e burgueses encontraram-se para “construir juntos” um uso público do seu entendimento convergente. Esses espaços propiciavam a realização da aspiração “do debate permanente entre pessoas privadas”.

Três princípios presidiam à afiliação dos participantes:

  1. a exigência – ainda que não se concretizar – de uma sociedade onde a autoridade dos argumentos prevalecesse sobre a hierarquia social (embora não anulasse as autoridades presentes);

  2. o debate amplo sobre domínios e dominações, dominantes e dominados, notadamente obras literárias e filosóficas, nunca antes acessíveis;

  3. A consciência de pertencer a um território mais amplo, a própria “sociedade civil”, ainda que a sociabilidade da Loja tenha natureza de “círculo fechado”, mas socialmente homogênea.

A maçonaria moderna, que apresenta déficit de textos precisos relacionados às origens, surgiu antes do Reino Unido; em 1707 houve o tratado da união entre Escócia e Inglaterra; o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda nasceu em 1808. A última quadra do século XX viu emergir, com certa força e vigor, a pesquisa sobre o fato e o trato maçônico, o que vem trazendo luz sobre seus parâmetros sociológicos e dados constitutivos.

Hoje, com o concurso de investigadores acadêmicos, nem sempre maçons, mas atores fiéis aos fatos históricos e sociológicos, admite-se que a Ordem Maçônica atingiu o estágio atual ao evoluir a partir de três transições principais, ditadas pela vontade do GADU, a saber:

  1. a) da situação “Operativa”, acostada nas Associações de artífices e profissionais da construção e do talhe da pedra, para uma natureza mais “Especulativa”, de forma lenta e gradual, em vários séculos, capaz de avaliar a conjuntura da sociedade e delinear seus rumos ideológicos;
  1. b) a criação da Grande Loja de Londres – a “Premier” – que foi acompanhada por profundas mudanças de simbolismos, rituais, cargos e encargos, e mais simultânea e profundamente, ainda, no “éthos”  de cada indivíduo, robustecendo o sentimento de pertença em relação ao caráter e ao protagonismo, individual ou coletivo, a cumprir, bem como o “éthos” da instituição, que  reforçou ontológica e antropologicamente a atuação da Ordem no contexto da Família, da Pátria, da Sociedade e da Humanidade, tecendo, assim, em pleno Humanismo e Iluminismo, do século das Luzes (sec. XVIII), rumos institucionais e filosóficos;
  1. c) após algumas rebeliões e rompimentos a terceira transição ocorreu sob forte reconciliação entre contendores radicais, em 1813, e a criação da Loja-Mãe Unida da Inglaterra, consolidando, afinal, caminho iniciático, litúrgico e simbólico.
  1. d) Cumpre assinalar, afinal, sobre as origens da Ordem, em que pese o cenário multifacetado e, ainda, pouco preciso dos textos históricos, que os estudos são sempre enaltecedores e repletos de dignidade humana, jamais tangidos por fundamentalismo, sentimentos ou intenções menores, ou, que signifique menoscabo em relação à Criação, à Criatura e ao seu Criador.

A maçonaria no Brasil

Generalidades

O grande feito da Maçonaria, já nos séculos XVII e XVIII, foi exportar o ideal revolucionário e republicano para toda a América (do Norte e Latina). Foi a grande mudança de paradigma. Centros geográficos como Olinda e Recife, Salvador, Tijuco (depois Diamantina) e Vila Rica (depois Ouro Preto), até mesmo em função da tremenda mudança de paradigma que foi a colonização das Américas, já reuniam grande riqueza e grande número de imigrantes. Luxava-se mais em Olinda e Vila Rica do que mesmo em Lisboa.

Como o ideal de Fraternidade é de natureza expansionista, as ideias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, logo varriam todas as Américas. Em 1760, por exemplo, já não havia colônia americana que não fosse permeada pela Maçonaria.

A primeira loja regular em Portugal data de 1727, embora se tenha notícias de atividades maçônicas antes disso. Em 1744 o Sr. Sebastião José de Carvalho e Melo, português, foi iniciado em Londres, durante uma festa de São João. Esse cidadão português mais tarde foi sagrado Conde de Oeiras e, depois, Marquês de Pombal.

Um outro centro irradiador de ideias e ideais, já desde 1620, era a Faculdade de Medicina, Ciências e Letras,  da Universidade de Montpellier, na França;  manteve ligações permanentes com figuras como  Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, John Adam,  Domingos Vidal Barbosa, José Mariano Leal, Domingos José Martins,   José Joaquim da Maia e José Álvares Maciel entre outros;  no século 18, em Montpellier, havia mais do que 10 lojas maçônicas livremente fermentando ideias republicanas nos diferentes estudantes de todos os cantos do mundo.

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Primórdios Brasileiros

Kurt Prober, que sempre escrevia apoiado em sólida documentação, cita em sua bibliografia (“Cadastro Geral das Lojas Maçônicas”) que a primeira atividade maçônica brasileira que merece registro foi em 1724, na “Academia Brasílica do Esquecidos”, onde foi iniciado o Padre Gonçalves Soares de França, o Coronel (e historiador notável) Sebastião da Rocha Pitta, o Desembargador Caetano de Britto e outros. Mais tarde todas as atas dessa sociedade secreta foram queimadas.

O argentino Alcebíades Lappa, em 1981, em tese internacional, usando um Livro de Atas do Duque de Norfolk, em Londres, provou que o Ir.: Randolph Took foi designado, já em 1735, como Grão-Mestre Provincial para a América do Sul (o que equivalia a dizer Brasil).

E mais ainda, há uma carta do médico inglês Robert Young, em nome da Loja de São João, de Buenos Aires, em 1741, dirigida à Loja de São João do Brasil, recomendando-lhe o Ir.: Richard Lindsey que se encontrava no Brasil.

Há vestígios da existência, em 1750, de um grande Oriente Maçônico, em Salvador, vinculado ao grande Oriente da França, com fortes tendências liberais e republicanas. No Rio em 1752 foi criada a Associação Literária dos Seletos.

GOB

Criado em 17 de junho de 1822, o Grande Oriente do Brasil – GOB, única potência brasileira a deter o reconhecimento primordial, secular e definitivo da Loja-Mãe da Inglaterra, inscrito entre as quatro ou cinco maiores potências maçônicas do mundo, tem cadeira cativa e fortemente destacada na história do país, tanto no período monárquico quanto no republicano. O século 18 foi marcado pelo Iluminismo, o 19 pelas ideologias e o 20 pela emergência e domínio das tecnociências.

A Loja “Comércio e Artes” representava os Obreiros das antigas Lojas “Constância” e “Filantropia” que possuíam Cartas Patentes do Grande Oriente Lusitano e da Loja “Reunião” que possuía Carta Patente do Grande Oriente da França.

No dia 17 de junho de 1822 a Loja Comércio e Artes”, conforme ata da sessão, decidiu reunir o Povo Maçônico com toda a plenitude de seus poderes para a inauguração e criação de um Grande Oriente Brasiliano. Nesse dia, a sessão foi presidida pelo Venerável Mestre Irmão Graco (Capitão João Mendes Viana). Chamado a manifestar-se quanto à escolha do Grão-Mestre, o povo maçônico aclamou o Irmão Pitágoras (José Bonifácio de Andrada).

A Loja “Comércio e Artes” dividiu-se em três outras Lojas, e foram escolhidos os seus respectivos Veneráveis Mestres, sendo eles:

  • Irmão Brutus (Major do Corpo da Polícia Manoel dos Santos Portugal) como Venerável da Loja “Comércio e Artes na Idade de Ouro” e para se distinguirem os seus Obreiros usavam no antebraço uma fita branca;
  • Anibal (Major do batalhão de granadeiros Albino dos Santos Pereira) como Venerável da Loja “União e Tranquilidade” e para se distinguirem os seus Obreiros usavam no antebraço uma fita azul; e

Demócrito (Major ajudante de ordens do comando geral da brigada da marinha Pedro José da Costa Barros) como Venerável da Loja “Esperança de Niterói” e para se distinguirem os seus Obreiros usavam no antebraço uma fita vermelha.

  • O Rito escolhido foi o Adonhiramita.


No dia 21 de junho de 1822, na sessão seguinte, os Obreiros das três Lojas foram organizados por sorteio e procedeu-se à nomeação das respectivas Administrações de cada uma das três Lojas.

Estado da arte

No século XX três (3) vertentes científicas mudaram a face da humanidade com efeitos revolucionários radicais:

  1. a manipulação do átomo (e a energia atômica) => desde a dizimação de cidades inteiras com centenas de milhares de mortos, até a pesquisa na agricultura, na medicina e na química, com radioisótopos para medir taxações diversas, radioterapia, estados de nutrientes etc.; a energia atômica e a física nuclear tocam um papel importante no concerto das nações indicando o parâmetro principal na questão da hegemonia entre eles (quem tem mais manda mais);
  2. a manipulação do gene (a biologia molecular e a biotecnologia) => o conhecimento da estrutura genética tem produzido inúmeros benefícios, mormente na agricultura, onde aumentou substancialmente a produção e a produtividade na plantação e colheita dos gêneros hortifrutigranjeiros; pesquisa de germoplasma têm sido muito importante na construção de cadeias nutrientes mais viáveis e assimiláveis; o estudo de clonagem tem introduzido grandes barramentos na produção; estima-se que dentro de 30 anos (ou menos) a técnica de criogenia estará totalmente dominada e disseminada;

  3. e a tecnologia de redes de computadores => minimizando a tirania que tempo e distância sempre impuseram sobre o gênero humano; com o computador vence-se, em parte, a tirania do tempo, dando-se agilidade às tarefas de memorização; e, pelas redes de computadores, minora-se o efeito maléfico das distâncias a serem vencidas, dado que o homem pode manifestar-se, simultaneamente, em dois ou mais lugares do planeta pelo uso e exploração da tecnologia de redes.

O gênero humano está entre 2 (dois) mundos, quais sejam: o mundo natural (da Natureza) e o mundo cultural (da construção cultural originária da própria mente humana). A cultura é obra do homem que, com o seu fazer e o seu saber, age sobre a NATUREZA. O homem, portanto, muda a Natureza e a Natureza mudada muda o homem; por exemplo: o rio São Francisco, da unidade nacional, é natureza, já sua transposição das águas, é canal, é cultura.

As mudanças, que implicam ruptura com a ordem estabelecida, são todas temáticas; não obstante isso, até o início do século XX as mudanças eram administráveis. E agora?!

O quadro atual da humanidade, portanto, tem sido marcado pela entropia e pela difusão caótica dos costumes e dos conhecimentos como se apontasse para o momento da virada total em que surgirá a ORDEM (nascida do caos)! A cultura, que na Idade primitiva era transmitida pela tradição oral – passando pelos monges copistas, da Idade Média, e pela imprensa de João Gutemberg, no Renascimento, hoje já está sendo veiculada pela multimídia, que é um substrato computadorizado que canaliza Dados, Voz, Vídeo e Videoconferência, sob a forma abstrata de bits, pela rede!

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Fontes:

https://www.gob.org.br/
https://gobsp.com.br/
https://www.supremoconclavedobrasil.com.br/

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